4 de mar. de 2012

Que tal ensinar seu cachorro a falar?

Esta tarde, meu namorado, meu irmão e eu estivemos conversando sobre as palavras que nossos cães compreendem e como eles conseguem fazer isso. Se você é daqueles que pensam que seu cachorro pode entender uma frase enorme, sugiro que comece a ponderar sobre isso e perceber que não é bem assim que as coisas funcionam. Diferente do que muitos imaginam, os cães assimilam as palavras através de suas sílabas tônicas e da entonação que usamos ao proferi-las, além de ficarem muito atentos às nossas expressões faciais. 

Quando você repreende seu cachorro com a palavra "não", ele entende simplesmente o fonema "ão" e relaciona isso à postura que você usou na pronúncia. O resultado seria o mesmo se você dissesse "pão", já que ele apenas leva em consideração o som da palavra e o sentimento por detrás dela. Por esta razão, adestradores aconselham que você nunca batize seu cachorro com algum nome que tenha "ão", como Sansão, Simão, entre outros, já que ele poderá relacionar seu próprio nome com a palavra "não", dificultando seu aprendizado, uma vez que ele não saberá se está sendo chamado ou levando uma bela bronca. 


Ainda sobre isso, precisamos ser diretos na comunicação com nossos cachorros. Os especialistas dizem que poucas palavras são suficientes para um bom relacionamento, ou seja, não adianta dar aquele sermão quando ele fizer alguma besteira, porque cães não entendem absolutamente nada em frases longas. Ao ensinar alguma coisa, seja claro e o mais breve possível, e escolha muito bem as palavras que vai usar. Eu me lembro de quando ensinei os comandos "senta", "deita" e "fica" pro Peppê, meu cachorro. Não é necessário dizer nada além dessas palavras, mas quando minha mãe foi tentar fazê-lo se sentar, disse: "Senta bonitinho pra vovó ver, vai!", e logicamente o Peppê não entendeu nada e ela ficou frustrada.


Se você quer aumentar o vocabulário do seu cachorro, use uma única palavra para resumir toda uma ação, situação ou pessoa, e lembre-se de adotar o tom de voz certo. Foi dessa maneira que eu consegui fazer com que o Peppê conhecesse muitas palavras e pequenas frases. Listei algumas coisas que ele compreende perfeitamente:

"Vovó" ou "Cadê a vovó?", referindo-me à minha mãe; "Marina" ou "Cadê a Marina?", referindo-me à minha irmã, "Cadê o papai?", digo isso quando meu namorado está chegando; "Vamos descer?", uso quando vamos passear; "Vamos subir?", uso quando está na hora de ir pra casa; "Pega um buraco!", ele entende apenas "buráco", e eu uso essa frase ao mandá-lo procurar os buracos no asfalto do estacionamento (ele gosta de cavar e isso o faz lixar as unhas - sim, eu sou uma bitch e odeio cortar as unhas dele); "Cadê o ralo?", ele entende apenas "ralo", e eu digo isso para ele ir procurar os ralos do play do meu prédio (por alguma razão, ele adora cheiro de ralo, assim como o Selton Mello); "Amiguinho!", que ele entende o "inho", é como chamo o cachorro que mora numa casa ao lado (ao dizer isso, ele corre pro muro e fica procurando o amigo); "Carro do Lee!", ele entende o "Lee" e corre pra vaga onde meu irmão estaciona; "Vai beber água!", acredito que ele entenda apenas a "água", e eu uso isso quando ele está brincando demais e muito ofegante (então ele corre pro pote de água, bebe um pouco e fica mais calmo).

O Peppê entende muitas outras palavras, mas eu não vou dar uma de mãe babona e encher vocês listando todas elas. Vale ressaltar que ele relaciona, sim, os nomes às próprias pessoas, sem confundi-las. Para ensinar isso, basta falar sempre o nome da pessoa quando ela chegar, em tom bem animado, pois ele precisa relacionar as duas coisas.


O meu conselho é se comunicar com seu cachorro e estimular o vocabulário dele, pois isso é algo que vai ajudar muito na relação entre vocês, além de estimular seu quatro-patas a pensar e se tornar mais inteligente. Todos os cães podem aprender muito e depende apenas de nós deixá-los disciplinados. O Peppê, por exemplo, é um vira-latas daqueles beeeem vagabundos e eu o adotei em um abrigo para cães e gatos. A mãe dele era moradora de rua e foi resgatada pelo pessoal do abrigo, possivelmente grávida, já que eles castram todos os animais que chegam. Raça e linhagem não são sinônimos de inteligência e todas as conquistas de nossos cachorros dependem das oportunidade que damos a eles.

Se precisarem de qualquer ajuda, escrevam nos comentários, que eu to sempre respondendo.

E fica a recomendação do livro "Adestramento Inteligente", do Alexandre Rossi. É um dos melhores livros sobre adestramento do país e o Alexandre é muuuuuito competente. 

E então, quais palavras seus cachorros entendem? Compartilhem comigo e com os outros leitores as proezas dos seus bichinhos!

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